RUPTURA E EXPERIMENTAÇÃO: AS VOZES NARRATIVAS EM OS DETETIVES SELVAGENS, DE ROBERTO BOLAÑO
Resumo
Os detetives selvagens, de Roberto Bolaño, configura-se como uma das obras mais importantes da literatura hispano-americana contemporânea, devido a sua experimentação narrativa. Por isso, este artigo tem como objetivo analisar o narrador no referido romance, em busca de seus principais traços de ruptura e experimentação. Para tanto, baseamo-nos em teóricos como Benjamin (1987), Santiago (2002), Lukács (2009), Bakhtin (1988), Candido (2014), Adorno (2003), dentre outros. No romance, Bolaño cria uma trama labiríntica composta por mais de cinquenta narradores. Essa experimentação narrativa faz com que narrador e leitor assumam a posição de espectadores da ação alheia. Desse modo, o leitor adquire um conhecimento fragmentário sobre os protagonistas, a partir dos diversos ângulos em que enxerga a história, daí também precisar tornar-se um detetive.
DOI: 10.5935/1984-6614.20190012
Referências
ADORNO, T. Posição do narrador no romance contemporâneo. In: _____. Notas de literatura I. São Paulo: Duas Cidades; 34, 2003, p. 55-63.
BAKHTIN, M. Epos e romance. In: _____. Questões de literatura e de estética: A teoria do romance. 4. ed. São Paulo: UNESP,1988, p. 397-428.
BAUMAN, Z. Modernidade líquida. Rio de Janeiro: Zahar, 2001.
BENJAMIN, W. Magia e técnica, arte e política: Ensaios sobre literatura e história da cultura. 3. ed. São Paulo: Brasiliense, 1987.
BOLAÑO, R. Os detetives selvagens. Tradução de Eduardo Brandão. São Paulo: Companhia das Letras, 2006.
_____. Discurso de Caracas (Venezuela). Disponível em:
https://www.letraslibres.com/mexico/discurso-caracas-venezuela. Acesso em: 20 dez. 2018.
BUCHER, M. Coragem e verdade: Uma defesa do mito Bolaño. In: PEREIRA, A. M.; RIBEIRO, G. S. (Org.). Toda a orfandade do mundo: Escritos sobre Roberto Bolaño. Belo Horizonte: Relicário, 2016, p. 165-174.
CANDIDO, A. A personagem do romance. In: _____ et al. A personagem de ficção. 13. ed. São Paulo: Perspectiva, 2014, p. 53-80.
COSTA, A. V. Os intelectuais, o boom da literatura latino-americana e a Revolução Cubana. In: Anais do XXVI Simpósio Nacional da ANPUH - Associação Nacional de História, São Paulo, 2011, p. 1-15.
HALL, S. A identidade cultural da pós-modernidade. 11. ed. Rio de Janeiro: DP & A, 2006.
LUKÁCS, G. A teoria do romance. São Paulo: Duas Cidades; 34, 2009.
LYRA, C. “Los detectives salvajes”, sua promessa de sentido. In: PEREIRA, A. M.; RIBEIRO, G. S. (Org.). Toda a orfandade do mundo: Escritos sobre Roberto Bolaño. Belo Horizonte: Relicário, 2016, p. 135-148.
ROSENFELD, A. Reflexões sobre o romance moderno. In: _____. Texto/contexto I. São Paulo: Perspectiva, 1973, p. 75-97.
SANTIAGO, S. O narrador pós-moderno. In: _____. Nas malhas da letra: Ensaios. 2. ed. Rio de Janeiro: Rocco, 2002, p. 44-60.
Downloads
Publicado
Edição
Seção
Licença
A revista permitirá que os autores retenham os direitos autorais e de publicação de seus artigos sem restrições.
Este trabalho está licenciado sob uma Licença Creative Commons Attribution 3.0 .