RUPTURA E EXPERIMENTAÇÃO: AS VOZES NARRATIVAS EM OS DETETIVES SELVAGENS, DE ROBERTO BOLAÑO

Autores

  • Felipe da Silva Mendonça Graduando em Letras Português/Espanhol pelo Centro de Letras, Comunicação e Artes da Universidade Estadual do Norte do Paraná. Bolsista PIBIC da Fundação Araucária e pesquisador do Núcleo Institucional de Pesquisa da Universidade Estadual do Norte do Paraná.
  • Luciana Brito Doutora em Letras pela Universidade Estadual Paulista, docente do Centro de Letras, Comunicação e Artes da Universidade Estadual do Norte do Paraná e do Programa de Pós-Graduação em Letras da Universidade Estadual de Londrina.

Resumo

Os detetives selvagens, de Roberto Bolaño, configura-se como uma das obras mais importantes da literatura hispano-americana contemporânea, devido a sua experimentação narrativa. Por isso, este artigo tem como objetivo analisar o narrador no referido romance, em busca de seus principais traços de ruptura e experimentação. Para tanto, baseamo-nos em teóricos como Benjamin (1987), Santiago (2002), Lukács (2009), Bakhtin (1988), Candido (2014), Adorno (2003), dentre outros. No romance, Bolaño cria uma trama labiríntica composta por mais de cinquenta narradores. Essa experimentação narrativa faz com que narrador e leitor assumam a posição de espectadores da ação alheia. Desse modo, o leitor adquire um conhecimento fragmentário sobre os protagonistas, a partir dos diversos ângulos em que enxerga a história, daí também precisar tornar-se um detetive.

 

DOI: 10.5935/1984-6614.20190012

Biografia do Autor

Felipe da Silva Mendonça, Graduando em Letras Português/Espanhol pelo Centro de Letras, Comunicação e Artes da Universidade Estadual do Norte do Paraná. Bolsista PIBIC da Fundação Araucária e pesquisador do Núcleo Institucional de Pesquisa da Universidade Estadual do Norte do Paraná.

Graduando em Letras Português/Espanhol pelo Centro de Letras, Comunicação e Artes da Universidade Estadual do Norte do Paraná. Bolsista PIBIC da Fundação Araucária e pesquisador do Núcleo Institucional de Pesquisa da Universidade Estadual do Norte do Paraná.

 

Luciana Brito, Doutora em Letras pela Universidade Estadual Paulista, docente do Centro de Letras, Comunicação e Artes da Universidade Estadual do Norte do Paraná e do Programa de Pós-Graduação em Letras da Universidade Estadual de Londrina.

Doutora em Letras pela Universidade Estadual Paulista, docente do Centro de Letras, Comunicação e Artes da Universidade Estadual do Norte do Paraná e do Programa de Pós-Graduação em Letras da Universidade Estadual de Londrina.

Referências

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Publicado

2019-07-02

Edição

Seção

Questões de (con)texto